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quarta-feira, 2 de março de 2011

Seja bem-vindo, curioso leitor!

Recollection of Mortefontaine
Camille Corot (1796-1875)

Nesse dia cinzento, em que nada amadurece e sequer o cajueiro doura, caiu-me na vida um raio de sol: criei esse espaço que pôs fim à solidão e melancolia reinantes num final de tarde chuvoso. Não sei bem o que com ele pretendo e se a ele darei continuidade. Não sei se alguém jamais o lerá. 
Quem sabe um dia, nele, eu me revele...
Por ora, dado o pouco tempo de que disponho, compartilho a epifania experimentada por meu compadre Riobaldo:

(...)um dia, num curtume, a faquinha minha que eu tinha caiu dentro dum tanque, só caldo de casca de curtir barbatimão, angico, lá sei. - “Amanhã eu tiro...” - falei, comigo. Porque era de noite, luz nenhuma eu não disputava. Ah, então, saiba: no outro dia, cedo, a faca, o ferro dela, estava sido roído, quase por metade, por aquela agüinha escura, toda quieta. Deixei, para mais ver. Estala, espoleta! Sabe o que foi? Pois, nessa mesma tarde, aí: da faquinha só se achava o cabo... O cabo – por não ser de frio metal, mas de chifre de galheiro. Aí está: Deus... Bem, o senhor ouviu, o que ouviu sabe, o que sabe me entende...” (Guimarães Rosa – Grande sertão: veredas)

2 comentários:

  1. João,
    Bem vindo à blogsfera. Este mundo fantástico onde todas as opiniões são aceitas e onde temos um espaço onde despejar nossas criações. Parabéns pelo primeiro post.

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  2. Obrigado, Jair, pela gentileza do comentário. Meus parabéns pelo blog que pensa! Desde já passo a segui-lo.

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